Engenheiro Agrônomo Kleber Santos – Presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – CONFAEAB
Nestes tempos modernos, talvez o que mais a humanidade precisa é de luz para promissores horizontes. De Profissionais líderes, com capacidade de empreender, ampla visão e conhecimento das questões essenciais para um mundo melhor.
Humanidade que demanda esperança e precisa seguir após um cenário trágico de pandemia de Covid-19, somatizada com grave crise socioeconômica. Realidade que demanda ainda mais liderança do Engenheiro Agrônomo: profissional do desenvolvimento e da segurança alimentar!
Profissão das mais nobres e antigas. Tudo começou pela mais nobre das atividades: plantar; criar. Desde que o homem abandonou a vida nômade, procurou domesticar os animais e desenvolver os cultivos, passou a enfrentar e compreender a natureza. Chuva, sol, noite, terra, frio, calor! Dizem que o agricultor é o homem que fala com Deus: porque, cotidianamente, dialoga com o tempo e o ambiente. Eis a origem da Agronomia!
A necessidade do profissional para incrementar a produção agropecuária advém com o crescimento das cidades e a demanda, para àqueles que ficaram no Campo, de abastecer a Urbe. Portanto, a origem do Engenheiro Agrônomo está vinculada ao processo de urbanização!
Em 12 de outubro de 1933 o Brasil gerou uma das primeiras profissões regulamentadas: foi instituído o Decreto 23.196, que regula a profissão do Engenheiro Agrônomo. Decreto que está empleno vigor, justamente porque tece princípios da formação profissional que abarcam as constantes inovações tecnológicas.
Hoje, quando somos compelidos pela síndrome da velocidade, onde muita coisa é descartável, precisamos resgatar e aplicar os antigos e válidos conceitos. O Decreto é de 1933, mas seus princípios são basilares; mesmo para estes tempos modernos. Porque fornece pilares para a universidade lapidar a formação generalista e sistêmica do Engenheiro Agrônomo, com espaço para laborar a matriz curricular conforme demandas regionais, sociais e do mercado de trabalho.
O Engenheiro Agrônomo é o profissional talhado para a inovação, que acompanhou a evolução de Nação que importava alimentos para grande produtor agrícola. A formação do Engenheiro Agrônomocorrobora os fatos com série de diferentes conhecimentos integrados e que dispõe de amplo leque de atribuições, nos campos da engenharia, biologia, ciências humanas. São diversas áreas aplicadas como zootecnia, fitotecnia, economia, administração, conservação ambiental, paisagismo, cooperativismo, planejamento da ocupação do espaço – vide as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Agronomia aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação, de fevereiro de 2006.
No campo e na cidade, para responder aos anseios sociais existe o Engenheiro Agrônomo. Profissional presente na docência, assistência técnica, extensão rural, pesquisa, consultoria, planejamento, gerenciamento, cooperativismo, fiscalização, inspeção, auditoria, perícia, empreendedorismo; nos órgãos públicos e privados!
A CONFAEAB, integrada com as Associações Estaduais e do DF, defende o exercício pleno da ampla atribuição do Engenheiro Agrônomo. Daí que também unimos forças com Conselho Profissional (CONFEA/CREAs). A liberdade de atuação, condizente com a formação profissional, é princípio basilar para atenção ao interesse público.
Formação ampla que proporciona ferramentas necessários para o Engenheiro Agrônomo superar atuais desafios. Para além do enfrentamento aos impactos socioeconômicos da pandemia de Covid-19, encaramos processo acelerado de digitalização que impulsiona as tecnologias de precisão, mas cuja visão crítica do Engenheiro Agrônomo é essencial para avisar sobre a necessidade de ampliar conectividade nas diversas realidades de imenso País, com inclusão social de segmentos como agricultores familiares. “Desafios em Mundo em transformação”, tema do XXXII Congresso Brasileiro de Agronomia (19 a 22/10/2021), que colocam a profissão sobre dilemas da produção com sustentabilidade nas diversas dimensões.
O imper tivo de produzir em equilíbrio com o meio ambiente. Também que o Brasil precisa buscar políticas de equidade social, em país com gritante desigualdade e abismo de concentração fundiária, com ocupação irregular de terras públicas e conflitos agrários que não coadunam com o agronegócio dinâmico.
Os desafios da profissão alcançam âmbito internacional. Por exemplo, esta semana inicia a primeira parte da COP-15 da ONU da Convenção de Diversidade Biológica (o segundo segmento, de 25/4 a 8/5, terá caráter de negociação com produção de documento entre países sobre Metas de Biodiversidade); e de 31/10 a 12/11 a COP-26 sobre a Convenção de Combate às Mudanças do Clima. Biodiversidade e Clima dependem (e também impactam) sistemas produtivos, cuja responsabilidade técnica passa pelo Engenheiro Agrônomo!
Na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, é mister citar a Agricultura como centralidade para os 17 ODS!A CONFAEAB atua sob papel de liderança da Agronomia brasileira ao integrar esforços com associações de outros países, também com organizações como Associação Panamericana de Engenheiros Agrônomos e Associação Mundial de Engenheiros Agrônomos.
A agropecuária, mesmo o complexo agroindustrial, está alinhada com a Ciência Agronômica! E, consequentemente, com o Engenheiro(a) Agrônomo(a) enquanto profissional com formação sistêmica, eclética e holística. Conforme está regulamentado no Decreto 23.196, de 1933.
Que em 12 de outubro procuremos lembrar, e para sempre, do Dia do Engenheiro Agrônomo. Como profissional da humanidade, aliado ao agricultor e aos amigos da agricultura!
Somos fundamentais para Mundo Melhor!
Parabéns às Engenheiras e Engenheiros Agrônomos!
12 de outubro de 2021.